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Crato vs. Cristas

por Fátima Inácio Gomes, em 04.11.13

Dizia Camões “que um fraco rei faz fraca a forte gente”. Já não sou do tempo da “forte gente” portuguesa, pois dessa gente só ocasionalmente nasceria um fraco governo. E os nossos governos têm sido fraquinhos... e mais fraquinhos se tornarão, quando criados a pão de ló por uma população globalmente menos educada…

 

Não quero, contudo, entrar no registo da lamúria nacional. Há esperança! Temos que olhar para as dificuldades como novas oportunidades. E, se as dificuldades são inspiradoras, que dizer das excentricidades? Assim, considero a proposta da ministra Assunção Cristas, de limitar o número de animais de estimação em casa, uma excentricidade que, além de higiénica, é muito inspiradora! Tanto que proponho trocar o ministro da tutela que me emprega, Nuno Crato, por Assunção Cristas. O primeiro propôs o aumento do número de alunos por turma… já proliferam por aí turmas com 33 alunos! A segunda, não permite mais de dois cães ou quatro gatos por apartamento. Assim, opto por ter dois cães e quatro gatos na minha sala de aula. E não julguem que isto é uma originalidade minha. Recorrerei à autoridade do Padre António Vieira e à do mesmo Santo António para provar o contrário. Em Arimino, Santo António, perseguido pelos homens que não o queriam ouvir, dirigiu-se para as praias e falou aos peixes. No Maranhão, invocando o superior exemplo do Santo, Padre António Vieira fez o mesmo, no próprio púlpito da igreja onde pregava. E eu, nestes novos tempos, pretendo, não pregar aos peixes, pois a ministra Cristas nada propôs em relação a aquários, mas aos tais dois cães e quatro gatos – sim, podem estar juntos, Deus provirá. E assim poderei dizer, à semelhança do ilustre “imperador da língua portuguesa”, que têm os cães e os gatos “duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam”. Ou seja, os problemas disciplinares ficam também resolvidos.

 

Nuno Crato deveria colocar os olhos na sua colega. A taxa de desemprego desceria, pois mais professores seriam necessários e, sendo estes, como é do conhecimento popular, amantes da boa vida, o consumo cresceria, para felicidade geral. O que dois cães e quatro gatos não fazem! Com medidas como a do “cheque ensino” é que não vamos lá. Perguntem a qualquer habitante do bairro do Lagarteiro que pretenda escolher, por exemplo, um apartamento onde viver, e que vá, com um hipotético cheque entregue pelo Estado, bater à porta de um condomínio fechado da Foz… A liberdade pode ser uma arma profundamente discriminatória numa sociedade malformada.

 

Lembrava o Padre António Vieira, falando das muitas virtudes do português Santo António, que “para haver tudo isto em cada um de nós, bastava antigamente ser português, não era necessário ser santo. Presentemente, até a santidade ficaria curta, quando a alienação dos políticos deste reino é tamanha. E não me refiro a Assunção Cristas…

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publicado às 11:00


1 comentário

De Equipa SAPO a 07.11.2013 às 17:37

Boa tarde,
este post está em destaque na área de Opinião do SAPO.
Cumprimentos,
Isabel Oliveira Dias - Portal SAPO

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