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Não me demito, não abandono o meu país. E a vontade dos portugueses Sr. Ministro? A sua teimosia lembra a do Morto, na comédia de Vicente Sanches, que não queria ser enterrado devido a claustrofobia. Toda a gente embirra...Até os mortos. O certo é que mesmo contra a sua vontade, o enterro deste governo é do interesse de todos. A birra é sua e dos seus pares. Respiraram demais, deixaram o país sem oxigénio que lhe permita recuperar da astenia que o enferma. Sonolência, apatia, cansaço e irritabilidade, são os sintomas que nos levam a ser perentórios. Perdemos a paciência, não há volta a dar.
Sabemos que o termo morte é demasiado absoluto, irreversível e de contornos trágicos. Deixo-lhe aqui o conforto das palavras sábias e cheias de humanidade de José Gomes Ferreira. Talvez encontre o sentido, o discernimento e a serenidade para o inadiável desígnio.
Devia morrer-se de outra maneira. Transformarmo-nos em fumo, por exemplo. Ou em nuvens. Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos os amigos mais íntimos com um cartão de convite para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje às 9 horas. Traje de passeio". E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir a despedida. Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio. "Adeus! Adeus!" (…)
Em tempos de exceção, medidas de exceção. Chegou a altura de assistirmos ao grande desfazer.
Imagine agora o seu governo transformado em nuvem passageira levada pelo vento. Não faltarão os lenços brancos e o traje de passeio, claro. Bonito e singelo.
E pronto, sou parco em palavras porque não há mais nada a acrescentar. Esta maldita astenia.